Gostaria de começar esta minha intervenção, com uma reflexão sobre os desafios que enfrentam os clubes amadores que têm equipas de futebol a disputam a II e a III Divisão nacionais.
Em primeiro lugar, afigura-se bastante grave o recente despacho do Secretário de Estado do Desporto (SED), que após ameaças por parte dos clubes dos mencionados campeonatos em não participarem nos respectivos jogos, como represália à intenção do Estado em acabar com os subsídios para as deslocações às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, motivou um recuo do Governo nessa intenção, despacho esse que não manteve o subsídio como o aumentou, quer em comparticipação por elemento da comitiva, como até permitiu que essas mesmas comitivas pudessem ser compostas por 23 elementos, no que ao futebol diz respeito (anteriormente 22).
O que é grave nesse Despacho do SED, é o facto de se ter esquecido que se os clubes do continente português deslocam-se às Regiões Autónomas PORTUGUESAS, é porque têm adversários oriundos desses territórios insulares, e como tal, têm estes também necessidade de retribuir a "visita", o que não foi contemplado no já famoso Despacho.
Trata-se portanto de um desrespeito pelos direitos desses clubes que ficaram de fora da comparticipação atribuída pelo Instituto do Desporto de Portugal, de um tratamento desigual por parte do Estado Português para com colectividades do todo nacional e mais grave ainda, do não respeitar a Constituição da República Portuguesa, mais concretamente na assumpção por parte do Estado da despesas inerentes ao assegurar da continuidade territorial.
Em segundo lugar, outro ataque aos clubes que disputam os campeonatos amadores organizados pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), é na minha opinião, a estratégia adoptada para a reformulação dos quadros competitivos da FPF, através de uma "sangria" autêntica de clubes nos campeonatos nacionais levada a cabo nas 3 últimas épocas desportivas.
No que à redução do número de clubes a disputar os campeonatos nacionais diz respeito, estou completamente de acordo, pois deve esse número ser adaptado à realidade geográfica, dimensional e económica do país. A forma como está a ser feita essa redução é que não me parece ser a mais correcta, principalmente pelo facto de terem sido alterados os moldes competitivos, época após época, provocando dificuldades tremendas aos clubes na preparação das suas equipas e dos respectivos orçamentos.
Outra "ratoeira" da FPF aos clubes que pertencem a Associações de Futebol suas filiadas mas com reduzida influência, prende-se com a fase final de acesso à Liga Vitalis, nomeadamente pelo facto dos Play off serem o vencedor da Serie A vs Vencedor da Serie B e Vencedor da Serie C vs Vencedor da Serie D, quando julgo ser muito mais justo uma serie a 4 equipas com o sistema de "todos contra todos", ou então um sorteio aberto entre as 4 equipas vencedoras das suas respectivas series. Este sistema de apuramento das equipas que acedem ao Futebol profissional da Liga de Clubes, parece-me "encomendado" para assegurar que as equipes do Norte do país, com maior influência junto dos centro de decisão em termos futebolísticos, tenham assegurada sempre uma equipe no acesso à 2ª Liga.
Saudações Futebolísticas
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