Nos últimos meses têm sido apresentadas e discutidas diversas medidas que visam regulamentar o futebol quer desportiva, quer financeiramente. Cumprindo as promessas que fez a quando da sua eleição, o presidente da UEFA Michel Platini, tem sido a voz e o rosto da maioria dessas propostas. No entanto tem visto as suas intenções chocarem contra uma tremenda oposição, oriunda de diversos sectores do mundo do futebol. Apresentamos um resumo das principais medidas que defende o presidente da Uefa;
[1] A medida mais discutida actualmente é a de criar um tecto salarial para os jogadores e limites financeiros para as transferências. Os responsáveis da Premier League já recusaram a proposta de Platini, no entanto a ECA (Associação Europeia de Clubes) aprova, na clara tentativa de proteger os interesses desportivos dos maiores clubes Europeus. A medida pretende (na sua última versão) apenas permitir aos clubes gastar em salários e transferências entre 46% a 63% das suas receitas, não incluindo os investimentos financeiros dos donos ou accionistas dos clubes.
[2] A segunda medida visa a regulamentação das transferências de jovens jogadores. A interdição de transferências internacionais de jogadores menores de idade proposta por Platini, pretende acabar com a exploração de crianças e jovens por parte de empresários e clubes. O método mais utilizado actualmente é a oferta de emprego aos pais do jogador por parte do clube onde pretendem que o jovem jogue, de modo a tornar legítimo todo o processo. O próprio Futebol Finance já recebeu propostas por parte de empresários para intermediar a colocação de jogadores menores de idade na Europa. Aprovamos e defendemos esta medida e recusamos o oportunismo parasitário em torno do jogo.
[3] Ainda relacionada com as transferências de jogadores está ideia de regulamentar e/ou reduzir o período de transferências. Platini considera errada a possibilidade de um jogador poder jogar por 2 equipas no mesmo ano, onde um jogador numa semana marca um golo por uma equipa, na semana seguinte está a marcar à sua ex-equipa.
[4] A quarta medida visa a criação de limites estrangeiros nas equipas e tem como principal defensor o presidente da FIFA Joseph Blatter. Esta medida pretende a integração de mais de 50% de jogadores nascidos no país de origem da liga em questão, no 11 inicial de cada equipa. O objectivo principal é o de proteger e fomentar a formação de cada clube e nação, na tentativa de terminar com as naturalizações em massa de que a Europa tem vindo a ser alvo, tornado as equipas nacionais em filiais da selecção Brasileira.
[5] Está também em discussão a redução dos plantéis e a regulamentação dos empréstimos de jogadores. Parece pouco ético permitir que um jogador jogue contra o clube que lhe paga o salário, por outro lado, devido às dificuldades financeira e às necessidades desportivas, existem clubes com plantéis constituídos em grande parte por jogadores emprestados. Esta forma de actuar por parte dos clubes impede a ascensão de jogadores oriundos da sua formação, que deveriam ser a primeira escolha em momentos de dificuldade. A redução dos plantéis pretende, segundo Platini, travar a necessidade de colocar jogadores noutras equipas.
Estas são as propostas para regulamentar o futebol mais discutidas actualmente pelo mundo fora, deixamos ao leitor a oportunidade de comentar e exprimir a sua opinião, quando ao sucesso ou à necessidade da implementação das mesmas.
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