Corrupção: Leça avança para impugnação da Série B da 3.ª divisão
“Há culpados”
"Só em Portugal. O infractor foi apanhado em flagrante delito, com dinheiro na mão, e não há culpados? Tem de haver." O desabafo, ontem, de Fernando Monteiro, presidente do Leça, traduz a indignação do clube com a decisão do Conselho de Disciplina (CD) da Federação, que arquivou o inquérito relativo à tentativa de corrupção do árbitro do jogo entre Serzedelo e Coimbrões (1-1), de 22 de Março, da Série B da 3ª Divisão.Na véspera do encontro, em que o empate bastava ao Coimbrões para ficar na "poule" de subida, o irmão do árbitro João Cabral foi contactado por um vice-presidente do Coimbrões e outro alegado mandatário do clube de Gaia. Objectivo: entregar 1500 euros ao juiz da partida, em troca de um empate.
Nuno Cabral, irmão do árbitro, denuncia, então, a situação à PJ, que decide apanhar os corruptores em flagrante delito. Já sem a presença do vice, o alegado "emissário" do Coimbrões é detido a oferecer o dinheiro ao familiar do juiz.
O CD da Federação entendeu não estar provado o elo de ligação entre o referido "mandatário" e o clube de Gaia, até porque não recebeu da parte da Procuradoria-Geral da República resposta no sentido de conhecer a identificação do homem apanhado em flagrante. O CD lamentou também o facto de Nuno Cabral se ter recusado a falar, alegando segredo de justiça.
"Não houve rigor, nem se esgotaram os meios de prova", defende Fernando Monteiro, que tentou saber, no DIAP, se o segredo de justiça se confirmava. A resposta foi negativa e os leceiros quiseram consultar o processo: "Aí sim, por arte do destino, o caso passou a secreto."
O Leça avança agora para a impugnação do campeonato. A Série B, parada há um mês, recomeça no próximo domingo, com os leceiros a lutarem pela permanência.
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