quinta-feira, abril 23, 2009

NOTICIA SOBRE MANO SILVA - O FUTEBOL BENFICA ACOMPANHA ESTE HOMEM_DESPORTISTA E CHEFE DE FAMILIA

Presidente do Ericeirense dá entrada no hospital e interrompe greve de fome

O presidente do Grupo Desportivo Ericeirense, cujos bens estão a ser penhorados por dívidas do clube, foi hoje hospitalizado de urgência devido ao agravamento do seu estado de saúde, após nove dias de greve de fome.

"A greve de fome está suspensa por ordem dos médicos", disse à agência Lusa a mulher do dirigente desportivo, António Mano Silva, que hoje de madrugada deu entrada na urgência do Hospital São José, em Lisboa, onde esteve em observação e foi submetido a exames, antes de receber alta.

Lurdes Mano Silva afirmou que o marido "não queria, mas foi obrigado" a ir ao hospital, porque apresentava "valores baixos" de tensão arterial e glicemia, depois de ter assitido a um jogo particular de futebol, terça-feira à noite, entre a equipa de veteranos do Benfica e os seniores do Ericeirense, de solidariedade para com o dirigente.

Segundo a mulher, os médicos ficaram preocupados com o estado de alguns órgãos, "nomeadamente o fígado", e com a quantidade baixa de glóbulos brancos.

O dirigente do Ericeirense veio a ter alta hospitalar, com a promessa de ficar em casa de amigos em Lisboa, sob vigilância médica.

António Mano Silva tinha iniciado a greve de fome às 11:00 do dia 14, como forma de pedir ao Governo e à Câmara Municipal de Mafra, que "foram parte dos problemas" do clube, que sejam agora "parte da solução".

O dirigente acusa as duas entidades de terem contribuído para a falta de receitas do clube da primeira Divisão Distrital de Honra de Lisboa.

"Estivemos seis anos à espera que a câmara autorizasse a instalação de uma superfície comercial em terrenos anexos ao estádio", cujo promotor veio a desistir do negócio, justificou António Mano Silva.

Por outro lado, acusa a autarquia e o Governo de não terem dado estatuto de utilidade pública ao Grupo Desportivo Ericeirense, condição necessária à instalação de um espaço para se jogar bingo, que iria em 2003 não só "cobrir as dívidas" do clube como garantir uma receita mensal, cujo valor não foi avançado.

Contactada pela Agência Lusa, a Câmara Municipal de Mafra continua sem se pronunciar sobre o caso.

As dívidas do clube à banca, avaliadas em um milhão de euros, foram contraídas em 2001 através de dois empréstimos, que tiveram como fiador o próprio presidente do clube e que eram destinados a financiar as obras do complexo desportivo e a aquisição do terreno para a superfície comercial.

Devido à falta de verbas do clube, os bens pessoais do dirigente estão a ser penhorados por ordem judicial devido a uma dívida que, com os juros, subiu para os dois milhões de euros, e o dirigente corre o risco de ficar sem casa em Maio.

A greve de fome do dirigente desportivo, mantida desde o dia 14, levou à criação do "Movimento ajuda o Ericeirense", que entregou na Câmara Municipal de Mafra uma petição, com 3.200 assinaturas, a sensibilizar a autarquia e a apelar à sua intervenção.


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