Este ano, um desfile assinala mais um aniversário da Revolução do 25 de Abril de 1974.
No dia 25, pelas 15h30, o desfile percorrerá a Avenida da Liberdade, da Praça do Marquês de Pombal, até ao Rossio.
Democracia x Liberdade
A Democracia é o sistema (regime) de organização social mais eficiente para se cultivar e se praticar a liberdade de ação e de expressão. A prática da liberdade estimula autocorreções que ajudam a acelerar o desenvolvimento de uma nação. No entanto, a Democracia não é a mãe da liberdade; é apenas uma ferramenta que bem usada facilita a preservação do estado de liberdade. E, ao contrário do que muitos portugueses pensam, a Democracia não tem poder de evolução, ela tanto pode ajudar a prosperar como pode também ajudar a arruinar. Um povo sábio e bem informado usa a Democracia para se livrar dos vigaristas e fazer prosperar o país. Mas um povo ingênuo e mal informado, permite que os demagogos e os vigaristas controlem a Democracia e destruam o país. O real motivo dos Estados Unidos terem sido um dos países mais bem-sucedidos do século XX, não estava fundamentado na sua Democracia, mas sim no fato de ter sido, por longo tempo, uma nação de educação genuinamente cristã, (obs: a partir dos anos 90 a educação e a cultura norte-americana se vulgarizaram a tal ponto de não mais merecerem essa qualificação). A Democracia é, de fato, um bom instrumento de liberdade, mas não é o fator determinante. A Grécia, por exemplo, que é tida pela maioria dos historiadores como o berço da Democracia, perdeu a liberdade várias vezes no último século, resultado de invasões, de guerras civis e de regimes militares: a mais recente de 1967 a 1974. (Uma situação pior que a portuguesa e que demonstra que: o simples fato de conhecer ou praticar democracia não garante a preservação do estado de liberdade). Portanto, precisamos considerar a Democracia como um bom instrumento social, e não como a mãe de todas as soluções. Porque, se assim fosse, a nossa Democracia dos anos anteriores não teria resultado numa revolução militar. É obvio que se houve uma revolução foi porque alguma coisa não andava muito bem. Além disso, democratizar não é misturar crianças com adolescentes e com adultos. A Democracia não tem como objetivo igualar estas três diferentes fases do ser humano. A idéia central da democracia é igualar o direito de opinião das diferentes classes sociais. Numa democracia desenvolvida, todos os cidadãos exerçam a mesma influência política independentemente de posição social. Na prática, o sistema democrático tem como objetivo evitar que o poder econômico domine o país e oprima os mais pobres. (Uma realidade que as lideranças portuguesas não têm dado o devido enfoque). Em nenhum lugar do mundo a Democracia tem como propósito igualar opinião de adultos com opinião de adolescentes, como tem acontecido ultimamente em Portugal. Colocar na mesma urna, o voto de um adolescente de 18 anos e o voto de um adulto de 50 anos, não é democracia, é insensatez e desrespeito à vivência e à experiência humana. A Democracia visa minimizar as diferenças sociais e não as diferenças de idade. Tais diferenças são imposições da natureza e conseqüentemente precisam ser respeitadas. Os próprios adolescentes não entendem esta insensatez portuguesa de “cidadania precoce”; uma invenção perigosa que, infelizmente, facilita a eleição dos maus políticos e dos manipuladores da adolescência e da juventude. Portanto, seria mais prudente fazer o contrário e elevar a idade mínima do voto para 21 anos, de modo a atribuir maior respeito à experiência humana e maior responsabilidade para com o destino do país. O povo portugues ainda está em fase de desenvolvimento e, conseqüentemente, sujeito a vigaristas e enganadores que manipulam a imaturidade dos adolescentes visando unicamente benefício próprio. Precisamos de um pouco mais de prudência no trato dessa questão. Não podemos correr o risco de deixar a nação se afogar no caos e na desordem como já aconteceu no passado. É importante nos conscientizarmos de que, o realmente útil e produtivo, numa Democracia, é o livre direito de opinar e de fazer oposição (de criticar e de apontar erros) e não o direito imaturo de votar. O excesso de direitos, inventado em Portugal, pode estimular nossos adolescentes a se tornarem prepotentes, desrespeitadores e inconseqüentes. Viva o 25 de Abril
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