FIM DE EPOCA EM PLENO
Foi com naturalidade que o Futebol Benfica chegou aos 3-0, permitindo que o Lourel reduzisse pouco antes do intervalo. Todavia, a turma da casa regressou forte, fez cedo o 4-1 e até final geriu tempo e resultado. Mesmo sem armas à altura, o Lourel deu sempre boa réplica. Assim se poderá resumir a partida.
Na nossa óptica, o Futebol Benfica alinhou num 4x4x2 clássico... Defesa composta pelos centrais Hugo e André Pereira, ladeados por Leo (direita) e Marco Isidoro (esquerda). O miolo do terreno era ocupado por Nuno Cirne e Bruno Moreira, com Cláudio Santos e Binho rompendo pelas alas e rodando entre si. As referências na área respondiam pelos nomes de João Barbosa e Nuno Chantre.
Quanto ao Lourel, terá apostado de início num 4x1x3x2... Centrais Carlos Pires e André Tavares, ladeados por Fábio Ferreira (direita) e João Sousa (esquerda). Tiago Francisco começou como médio defensivo, subindo mais tarde no terreno. Tiago Lopes, Jonathan e André Lopes formavam o trio do meio-campo. Francisco Moura era a referência na área, apoiado por João Pedro.
O Lourel nunca se remeteu à sua defesa, procurando sempre levar o jogo até ao extremo contrário, mas não lhe era fácil ultrapassar o meio-campo. Aliás, podia mesmo ser perigoso! Bruno Moreira demonstrou-o cedo, numa recuperação em que procurou assistir João Barbosa, neutralizado pela atenção do guarda-redes Ivan. Outra dificuldade passava pela forma como o Lourel abordava os cantos do Futebol Benfica, em que o marcador mostrava um entendimento perfeito com Nuno Cirne, repetido uma e outra vez. Então e a velocidade dos alas, nomeadamente de Binho? Não faltavam motivos de preocupação para os forasteiros, que aos 25 minutos conheceram mais um... Não houve outra forma de travar Bruno Moreira sem ser com recurso a falta, e no livre respectivo Ivan viu a bola embater nos ferros, subindo e acabando na trajectória por ainda saltar sobre a barra!
Adivinhava-se o golo do Futebol Benfica, que não tardou. Novo livre, e desta vez Hugo rematou a contar. Perante um Lourel aturdido, em que para além de um ou outro corte da defesa só o rigor de Tiago Francisco sobressaía, foi sem surpresa que o Futebol Benfica aumentou a contagem até aos 3-0. Primeiro marcou Binho, rápido no ressalto da barra em mais um daqueles livres. O 3-0 foi apontado por Cláudio Santos, mas aqui há a destacar uma vez mais o labor de Binho, excelente não só pela forma como ultrapassou pela direita o lateral contrário, como pela visão de jogo, preferindo uma assistência mais distante por troca com Nuno Chantre, que dada a proximidade do central (André Tavares) poderia não ter o mesmo sucesso.
Tudo parecia bem encaminhado para o Futebol Benfica, que não contaria que o Lourel marcasse um golo moralizador, pouco antes do intervalo. Este surgiu da marcação de um canto... De ressalto em ressalto acabou Francisco Moura por fazer o gosto ao pé. Galvanizada, a turma forasteira ameaçou fazer ainda mais estragos, estando à beira de reduzir à margem mínima num lance, de livre, em que André Tavares, surgindo nas costas do central, e surpreendendo também o guarda-redes Tiago Reis, cabeceou ao lado.
O Lourel não conseguiu manter esse élan para a segunda parte, perante um Futebol Benfica que reentrou concentrado e disposto a arrumar cedo a contenda. O 4-1 não tardou, apontado novamente por Hugo, que veio dar uma "perninha" à área contrária em mais um lance de bola parada. A partir daí o jogo começou a diminuir de intensidade. O Lourel ainda teve uma fase de algum ascendente que terá durado não mais do que cinco minutos, em que a atenção de Tiago Reis neutralizou as investidas primeiro, de Tiago Francisco e depois de André Lopes. De permeio surgiu o golo de André Tavares, um bom cabeceamento na marcação de canto... Numa altura em que pairava o espectro de mais um para a turma da casa, fosse nalguma arrancada do tecnicista Bruno Moreira ou de livre, Nuno Afonso decidiu-se a arriscar e aos 85 minutos fez entrar Miguel Martins para o ataque, posicionando-se ao lado de João Pedro, com Tiago Francisco e David Borges apoiando na rectaguarda esta dupla. Não resultou.
Estádio Francisco Lázaro, 14 de Maio de 2011, 10:00 horas.
28ª Jornada do Campeonato Distrital Juniores da Divisão de Honra, 2010/2011.
Sob a arbitragem de Manuel dos Santos, excelente, as equipas alinharam:
Futebol Benfica: 1- Tiago Reis; 4- Hugo Ildefonso "cap.", 8- Bruno Moreira, 9- João Barbosa e 11- Fábio Gonçalves (Binho); 15- André Pereira, 20- Nuno Cirne (14- Luís Marques, aos 67'), 23- Cláudio Santos e 26- Leonardo Cabral (Leo) (29- Fábio Machado, aos 75'); 27- Nuno Chantre (6- Ricardo Canossa, aos 67') e 31- Marco Isidoro (21- Luís Costa, aos 75'). Treinador: Filipe.
Lourel: 1- Ivan; 2- Fábio Ferreira, 3- Carlos Pires, 4- André Tavares e 5- João Sousa (14- Fábio Dias, aos 67'); 6- Tiago Francisco, 7- André Lopes "cap.", 8- Tiago Lopes e 9- João Pedro; 10- Jonathan (15- David Borges, aos 85') e 11- Francisco Moura (16- Miguel Martins, aos 85'). Treinador: Nuno Afonso.
Golos: 1-0, Hugo Ildefonso (29'); 2-0, Fábio Gonçalves (binho) (35'); 3-0, Cláudio Santos (37'); 3-1, Francisco Moura (42'); 4-1, Hugo Ildefonso (51'); 4-2, André Tavares (62').
Acções disciplinares: amarelos para João Barbosa, Luís Marques e Fábio Machado (Futebol Benfica); Tiago Francisco, Tiago Lopes e João Pedro (Lourel). Vermelho para Tiago Francisco, aos 90+2' (Lourel).
Entrevistas
Começámos por conversar com o treinador Filipe (Futebol Benfica), junto de quem recolhemos os seguintes comentários:Foi uma vitória merecida. Fizemos uma exibição suficiente para ganhar. Tivemos bons perídos e nos que não foram tão bons, aí sobressaiu o trabalho dos meus jogadores.
Com este, o Futebol Benfica soma o seu oitavo jogo consecutivo sem perder! A que se deve esta reviravolta?
Isto não é nenhuma reviravolta, uma vez que no início do Campeonato também foi assim.
Temos um grupo fantástico que não prima pela sua quantidade, mas desde que os jogadores estejam todos disponíveis, os resultados foram e são sempre positivos. De facto enfrentámos uma fase menos boa a meio do Campeonato, reflexo das muitas baixas na equipa e da ausência de opções.
Conversámos também com o treinador Nuno Afonso (Lourel), a quem perguntámos se poderia ter sido diferente?... Afinal, o Futebol Benfica esteve muito forte! Respondeu-nos assim:
Sim, poderia ter sido diferente. Aliás, nem acho que o Futebol Benfica tenha estado particularmente forte, nós é que cometemos muitos erros que eles aproveitaram, e fizeram-no muito bem. Em termos de jogo jogado, até estivemos melhor. Dos quatro golos que sofremos, três foram de bola parada! Esta tem sido a nossa lacuna ao longo da época.
Sentiu-se a falta do Paulo Jorge na equipa? (nota da redacção: ausente por castigo).
Sim, fez falta, bem como todos os demais jogadores com quem não pudemos contar hoje.
Começámos a época com 14 jogadores, se bem que depois ainda conseguimos inscrever mais uns quantos. Hoje trouxemos apenas 16, dois dos quais são juvenis. Aliás, um deles até jogou de início! Temos tido muitas limitações neste campo.
Numa altura em que se aproxima do seu final, a época está a corresponder às suas expectativas, ou ambicionaria algo mais?
Em termos de ambições, quereria sempre algo mais, mas o objectivo principal da equipa era a manutenção, em sintonia com o facto deste ser o nosso primeiro ano nesta divisão, uma vez que subimos no transacto. Cumprimos, há umas tantas jornadas atrás, talvez até mais cedo do que muita gente estaria à espera. Nisso há muito mérito dos jogadores, sempre com boa atitude. Até ao fim, tentaremos um bocadinho mais.
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