segunda-feira, dezembro 14, 2009

APROXIMA-SE UM BENFICA - PORTO

O fanatismo no futebol

Amizade que dá gosto em qualquer ser humano poder dizer com a boca cheia:
 TEMA
Hoje não escreverei sobre o BENFICA nem sobre o FC PORTO, especificamente. Não! Talvez escreva no decorrer do assunto sobre o Desporto em geral, e farei isso por uma simples razão. Veio-me a memória os valores da Moral e da Ética em tudo o que se faz na vida. Talvez não seja oportuno falar nestes valores, já que a maioria das pessoas não liga para este tipo de assunto. É uma pena, mas eles existem, e estão aí na nossa vida todos os dias, afinal eles são os responsáveis pelos nossos atos.

A Moral nos mostra o sentimento que diferencia o bem do mal, ou seja, um conjunto de regras universais que mostra àquilo que o homem deve ser. São regras de conduta tidas como universais, isto é, independente da condição humana de raça, credo, cor, posição social e etc., e que são, sem sombra de dúvidas, absolutamente válidas.
Podemos afirmar que estas regras são as normas de comportamentos existentes na sociedade, na tentativa de torná-la tranqüila, pacífica e soberana. E nada existe de mais nobre na Moral do que o sentimento de dignidade.
A Ética é quase um sinônimo de Moral, mas diferencia-se por sua acção. Um acto é Ético por ter sido executado dentro dos valores da Moral.
Mas por que tanta Filosofia numa coluna de Desporto?
Simples: Assim como no Desporto, a nossa vida de cidadão também carrega estes valores fundamentais nas atitudes diárias.
No Desporto, podemos citar inúmeras situações onde a Moral e a Ética estão absolutamente fora dos padrões de comportamento. E não me refiro aqui somente ao torcedor, mas àqueles a quem cabe dirigir o Desporto, como elemento de cultura e lazer à população em geral.
A falta de Moral e de Ética entre dirigentes e atletas nos dá uma avalanche de exemplos de falta de dignidade e de comportamento duvidoso, e nós simples adeptos, nos contentamos em permanecer como meros observadores, alegres nas vitórias e extremamente deprimidos nas derrotas. Tem gente que trás consigo estes actos de falta de dignidade no desporto para dentro de seu lar e de sua família, e aí, acha que está contribuindo na construção de numa sociedade justa e fraterna.
Adepto de futebol, ou de outra modalidade desportiva torna-se um fanático por seu  seu clube, chegando a cometer actos de loucura desvairada, escondidos atrás de uma paixão doentia e camuflada. Tai o estopim da violência na sociedade. Aliada a outros elementos externos, como o álcool e as drogas mais pesadas, o FANATISMO do adepto não deixa ver os valores que escrevi aí em cima.
E isso existe desde o adepto, passa pelo dirigente e chega ao “atleta”, que não tem na maioria das vezes, a estrutura de caráter suficientemente madura, para lidar com o estrelato. São jovens que ganham milhões de euros para jogar em um clube, e que não sabe o que fazer com a fama. Torna-se ídolo muito cedo, antes mesmo de atingir a plenitude da razão. Raríssimos casos de exceção. A maioria dos ídolos desportivos é constantemente colocada na mídia com exemplos negativos ao adepto, que não consegue separar o atleta do homem.
O FANATISMO é levado para dentro de casa, na educação dos filhos, nos exemplos de comportamento social, na falta de solidariedade, na falta de uma educação saudável, que promove o crescimento como pessoa, e por conseqüência, uma visão melhor de mundo. O FANATISMO deixa a pessoa CEGA. E esta cegueira atinge todos os sentidos, inclusive o do bom senso. A pessoa fanática só vê uma coisa de cada vez: seu clube, seu amor, seu ódio, seus bens materiais, sua vitória, não importando o método usado para conseguí-lo.
FANATISMO é pura falta de caráter, de falta de competência em alcançar resultados por meios legais. Falta de postura socializada e de senso de humanidade.
Os grandes fanáticos que a história nos mostra sempre tiveram finais trágicos, suicidando-se, ou sendo mortos pelo povo, que fez justiça com as próprias mãos.
No desporto não chegamos a tanto, por enquanto, mas o FANATISMO anda correndo solto. O torcedor se encanta, porque é um alienado, com as promessas de contratações fantásticas de atletas, com a construção de estádios moderníssimos, querendo sempre que seu clube esteja em primeiro lugar em todas as competições que participa, e esquece que, muitas vezes, ele adepto, não é vencedor em nada. Como ele não consegue vencer na vida sob qualquer aspecto, torce fanaticamente para que seu clube vença.
Não importa se ele não construir um mundo melhor para seus filhos, para sua família, para si próprio, mas o que o fanático quer é que o seu clube seja sempre um vencedor, um campeão.
O FANÁTICO é capaz de ficar horas, dias, semanas em uma fila para adquirir o tão sonhado ingresso para o jogo, ou para o show, não levando em conta o sacrifício a ser enfrentado, mas é o primeiro a reclamar quando tem que enfrentar uma fila de meia dúzia de pessoas buscando um emprego ou uma matrícula.
Ele não tem tempo para pequenas filas. O que realmente importa é seu clube, que carrega tatuado no próprio corpo o símbolo de sua paixão, ou de sua burrice.
O FANÁTICO não é capaz de carregar uma cruz pendurada no peito, porque não tem peito de carregar a fé em um Deus.
Enquanto isso, segue torcendo, brigando e até matando, tudo em nome de sua paixão. O seu clube.
Vamos torcer pelo desporto, mas sempre com a certeza que ele nos distrai, nos faz crescer na vida, como exemplo de luta e de disputa honesta, sem culpar ninguém pelos nossos fracassos, mas saboreando o gosto da vitória, quando esta for merecida e como resultado da dedicação, do esforço, do reconhecimento e da dignidade, e por conseqüência, da nossa crença maior em Deus, através da fé.
Um abraço a todos.
BOAS FESTAS

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