domingo, março 21, 2010

PERANTE ESTE PANORAMA O CLUBE FUTEBOL BENFICA ESTÁ MUITO BEM

       PERANTE ESTE PANORAMA O CLUBE FUTEBOL BENFICA ESTÁ MUITO BEM



Metade do País já é um deserto - A força da crise ameaça os baluartes V. Setúbal e Barreirense
A impossibilidade do regresso ao passado O esforço algarvio
As crises financeiras que ameaçam o Vitória de Setúbal e o Barreirense, dois clubes centrais na história do futebol português, levantaram outra vez a questão da desertificação desportiva da metade sul do País.
Não nas célebres palavras desérticas do ministro Mário Lino, mas sim numa constatação de factos que deixam, realmente, perceber que o que outrora foram viveiros de craques, foram cidades que fomentaram clubes enormes, foram empresas que tudo tornavam possível, hoje são cada vez mais espaços por preencher e histórias que se contam.
Diz Sousa Marques, presidente da Associação de Futebol de Setúbal, o distrito, precisamente, que entre os de Santarém, Portalegre, Évora, Beja e Faro mais tem sentido o esvaziamento dos seus emblemas.
«Ainda se verifica uma vontade de resistência, alicerçada sobretudo nos valores sociais dos grandes clubes, das suas grandes massas adeptas. O Vitória de Setúbal é o melhor exemplo, que continua com muitas dificuldades financeiras, mas luta pela manutenção na Liga, reinventa-se, procura-se. O Barreirense também está muito aflito. A CUF foi dando lugar ao Desportivo Fabril. O Montijo de outros tempos já nem existe, existe o Olímpico do Montijo. O Seixal nem sequer compete em seniores... São tempos difíceis que se alastram pelo Sul. O futebol português é cada vez mais no litoral norte», lembra Sousa Marques.

4 de setúbal, 4 de lisboa
Em 1973/74, por exemplo, curiosamente a última antes da Revolução de Abril, havia na I Divisão quatro equipas do distrito de Setúbal (V. Setúbal, Barreirense, CUF e Montijo), quatro do distrito de Lisboa (Benfica, Sporting, Belenenses e Oriental) e apenas três do distrito do Porto (FC Porto, Boavista e Leixões). Seria muito difícil imaginar outra vez um cenário assim nos próximos anos, admita-se.
Sousa Marques também acha que não voltará a repetir-se uma tão evidente força sulista em Portugal.
«Não me parece que seja possível outra vez, confesso. Sobretudo porque nas últimas duas décadas o futebol deixou de estar tão ligado ao associativismo e é hoje uma intensa actividade económica. E no Norte há mais empresas, mais familiaridades entre as empresas e as populações e clubes, o que torna as ajudas e as parcerias mais fáceis», explica o presidente da Associação de Futebol de Setúbal.

O algarve bem tenta
Certo é que, como pode verificar-se no mapa ao lado, se tirarmos o distrito de Lisboa à metade de baixo de Portugal, os clubes que tiveram participações na Liga e na II Liga (ou nas provas equivalentes) estão hoje remetidos a três cenários: crises financeiras, participações modestas na terceiras divisões ou votados ao esquecimento dos distritais.
No Algarve, resta a força do Olhanense, com ambições de regresso e estabilidade financeira; e ainda os avanços incertos do Portimonense. O Farense anda perdido na III Divisão, mas já esteve bem pior. A questão que se coloca ao futebol português é a seguinte: quanto tempo, quantas gerações, duram os símbolos?
fonte A Bola


COMENTÁRIO AO ARTIGO POR DOMINGOS ESTANISLAU
Tudo isto é produto mais de uma politica cultural/desportiva do que propriamente de questões económicas, que obviamente tem também algumas consequências, mas a verdade é que os núcleos ou casas, como lhe chamam dos grandes clubes continuam a florescer em cidades ou vilas onde em tempos houve clubes de grande projecção nacional. Hoje quase ninguém tem orgulho no clube da sua terra, o importante é ser do emblema de um dos grandes. Afinal o que é que se discute nos jornais ou pior ainda nas televisões, não são os penalties do BENFICA, SPORTING e PORTO?
A nossa pequenez territorial e os bons acessos permitem que de qualquer ponto do País os adeptos se desloquem em 2 ou 3 horas para verem jogar o outro clube, não o da sua terra e isto tem enfraquecido o futebol nacional no que diz respeito às dificuldades com que o futebol se debate.
Esta é a realidade infelizmente. Esta matéria também se prende com tudo o resto que se passa no País, somos um País de dominados. Vamos atrás daquilo que nos impingem no dia a dia e isso reflecte-se no futebol. Reparem que tal como na política são sempre os mesmos a falar e estes expliquem-nos o quê ? Ou opinam sobre quê ? Sobre o que lhes interessa. Há duvidas nisto? Pois é assim mesmo!

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