O FUTEBOL FORMAÇÃO EM DISCUSSÃO
Já li centenas de opiniões sobre o futebol formação. Todas elas apresentam sugestões, ideias, projectos, enfim ... Mas todas têm um denominador comum, ou seja, têm como objectivo dois motivos que se compaginam com interesses de duas ordens de grandeza.
A ordem é arbitrária, mas temos que começar por algum lado. Comecemos então pelo aspecto económico e de seguida pelo interesse desportivo.
ASPECTO ECONÓMICO: O surgimento das Escolas de Futebol podia ou pode parecer à primeira vista um bem necessário para a dinamização do futebol de formação. Poderia efectivamente se as mesmas não visassem em primeiro lugar a obtenção de receitas e só depois a prática da modalidade. É claro que há clubes que se envolvem neste tipo de actividade, mas lamentavelmente houve e há clubes que entregaram essa exploração a Empresas que para o efeito se formaram. Outros abdicaram das suas capacidades e têm dentro das suas instalações os chamados grandes.
Esta última situação é na minha perspectiva condenável na justa medida em que quem o fez ou faz perde a sua independência. Os miúdos passam a usar o equipamento do "ocupante" e pagam as respectivas quotas mensais a este. Perdem também o espírito do clube que lhes abriu as portas, passando este para segundo plano valorizando e criando apetência dos jovens atletas a um segundo naturalmente mais forte ou poderoso. Consequentemente passam a falar a linguagem e assumem de certa maneira a filosofia do clube "ocupante". Observemos isto: O FUTEBOL BENFICA tinha um acordo com um destes, Benfica ou Sporting ou Porto, por exemplo, portanto os incentivos e apologia de clube seria sempre a um qualquer destes e o FUTEBOL BENFICA passaria para segundo plano ou provavelmente nem era falado.É portanto uma má opção esta, até porque toda a política desportiva vigente neste País, desde as discussões públicas, aos programas televisivos ou às noticias radiofónicas ou jornalisticas, são essencialmente viradas para estes três grandes clubes, o que reforça a imagem destes junto da população juvenil e prejudica em toda a linha os outros clubes ou colectividades deste País, provocando desigualdades gritantes que em nada beneficiam o equilibrio desejável da comunidade desportiva. Mais igualdade, melhor desporto, melhor competiçao, mais interesse e estes são os ditames para se atingir a qualidade desejada.
Por outro lado quando a Escola é do próprio clube e este faz formação, está correcto e assim é que deve ser. Essa função é própria de qualquer clube, seja ele de grande ou pequena dimensão, cumprindo a sua missão sem se hipotecar a outrem, mantendo pois a sua origem e filosofia e não procura o lucro fácil.
Não estaria completa esta análise se não fosse aqui destrinçada duas situações, ou seja, a escola de animação e a escola de competição, servindo de qualquer modo os argumentos aqui invocados para ambos os casos.
Mas ainda gostaria de acrescentar algo mais no que se refere à Escola de Competição, sabendo mesmo que muitos clubes, para não dizer todos, cobram a tal quota mensal. Eu sei que para muitos o que afirmo a seguir não é consensual, mas expresso a minha ideia baseada na prática do dia a dia. Concretamente não posso concordar com a excessiva "liberdade" que foi concedida aos atletas até aos 14 anos, isto é, qualquer um se pode transferir sem passar "cartão", passo o termo, ao clube ao qual estava vinculado. Apesar disso a taxa de transferência é paga na Associação o que me parece efectivamente desajustado e injusto, todavia é evidente que o objectivo é tornar estas "coisas" mais fáceis para os mais poderosos. Contudo há uma parte que recebe alguma compensação por isso, que são Federação/Associação e o clube de origem perde em principio um valor que formou sem qualquer contrapartida.
Mas estas incidências dos custos vão um pouco mais além na protecção aos clubes que de um ou outro modo se servem do trabalho feito em clubes mais virados para a formação. Até há pouco tempo, a indmnização pela profissionalização do atleta ia até aos 31 anos de idade. Passou para 23 anos. É mais que entendido que mais uma vez visou-se com essa alteração proteger-se os mais poderosos. Os argumentos que naturalmente se evoca são outros, mas a verdade é a protecção em detrimento dos direitos adquiridos há muitos anos.
NOTA: Amanhã abordarei a componente desportiva
Esta última situação é na minha perspectiva condenável na justa medida em que quem o fez ou faz perde a sua independência. Os miúdos passam a usar o equipamento do "ocupante" e pagam as respectivas quotas mensais a este. Perdem também o espírito do clube que lhes abriu as portas, passando este para segundo plano valorizando e criando apetência dos jovens atletas a um segundo naturalmente mais forte ou poderoso. Consequentemente passam a falar a linguagem e assumem de certa maneira a filosofia do clube "ocupante". Observemos isto: O FUTEBOL BENFICA tinha um acordo com um destes, Benfica ou Sporting ou Porto, por exemplo, portanto os incentivos e apologia de clube seria sempre a um qualquer destes e o FUTEBOL BENFICA passaria para segundo plano ou provavelmente nem era falado.É portanto uma má opção esta, até porque toda a política desportiva vigente neste País, desde as discussões públicas, aos programas televisivos ou às noticias radiofónicas ou jornalisticas, são essencialmente viradas para estes três grandes clubes, o que reforça a imagem destes junto da população juvenil e prejudica em toda a linha os outros clubes ou colectividades deste País, provocando desigualdades gritantes que em nada beneficiam o equilibrio desejável da comunidade desportiva. Mais igualdade, melhor desporto, melhor competiçao, mais interesse e estes são os ditames para se atingir a qualidade desejada.
Por outro lado quando a Escola é do próprio clube e este faz formação, está correcto e assim é que deve ser. Essa função é própria de qualquer clube, seja ele de grande ou pequena dimensão, cumprindo a sua missão sem se hipotecar a outrem, mantendo pois a sua origem e filosofia e não procura o lucro fácil.
Não estaria completa esta análise se não fosse aqui destrinçada duas situações, ou seja, a escola de animação e a escola de competição, servindo de qualquer modo os argumentos aqui invocados para ambos os casos.
Mas ainda gostaria de acrescentar algo mais no que se refere à Escola de Competição, sabendo mesmo que muitos clubes, para não dizer todos, cobram a tal quota mensal. Eu sei que para muitos o que afirmo a seguir não é consensual, mas expresso a minha ideia baseada na prática do dia a dia. Concretamente não posso concordar com a excessiva "liberdade" que foi concedida aos atletas até aos 14 anos, isto é, qualquer um se pode transferir sem passar "cartão", passo o termo, ao clube ao qual estava vinculado. Apesar disso a taxa de transferência é paga na Associação o que me parece efectivamente desajustado e injusto, todavia é evidente que o objectivo é tornar estas "coisas" mais fáceis para os mais poderosos. Contudo há uma parte que recebe alguma compensação por isso, que são Federação/Associação e o clube de origem perde em principio um valor que formou sem qualquer contrapartida.
Mas estas incidências dos custos vão um pouco mais além na protecção aos clubes que de um ou outro modo se servem do trabalho feito em clubes mais virados para a formação. Até há pouco tempo, a indmnização pela profissionalização do atleta ia até aos 31 anos de idade. Passou para 23 anos. É mais que entendido que mais uma vez visou-se com essa alteração proteger-se os mais poderosos. Os argumentos que naturalmente se evoca são outros, mas a verdade é a protecção em detrimento dos direitos adquiridos há muitos anos.
NOTA: Amanhã abordarei a componente desportiva
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